terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Ecos do III Simpósio Nacional - Educação e Protecção face às Toxicodependências

Este simpósio, na sua terceira edição, teve um vasto número de palestrantes de peso que puderam partilhar com a assembleia, o seu conhecimento científico e humano dentro da temática proposta.

Perante uma plateia, cuja lotação atingiu os 100%, foram debatidos ítens cruciais nesta área, de entre os quais destacamos :

  • Toxicodependência e família, apontando esta como o núcleo básico da socialização onde ainda não é dada a devida relevância na potencialização do suporte e apoio emocional na vivência da dependência;
  • Comportamento desviante, é a consequência da aplicação da norma pelos outros (sociedade) e depende directamente de factores culturais, etc;
  • Perturbações da personalidade, as qualidades únicas do indivíduo podem potenciar uma adicção se este em determinado momento sociocultural contacta com a substância da dependência;
  • Psicofisiologia da Toxicodependência, em que se destacam os estudos científicos que conceptualizam a existência de um princípio cerebral do prazer, da interferência das substâncias toxicógenas sobre a cognição, funções vitais do corpo, sistema límbico, etc;
  • Comunicação, apontada como a capacidade do ser humano se relacionar com os outros e o mundo, surge como a base relacional familiar em défice em situação de dependência e foi constantemente referenciado como foco de trabalho dos profissionais de saúde desta área;
  • Reinserção, um passo vital inserido num plano da União Europeia onde searticulam esforços do IDT (Instituto da Droga e Toxicodependência) com o IEFP (Istituto do Emprego e Formação Profissional) com incentivos para empresas aderentes ao projecto.

Esta formação tem um saldo positivo, quer pela importância de conhecimentos teóricos e sobretudo práticos apreendidos, quer pela organização do próprio evento.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Cunhas

A vida de recém-licenciado não está fácil… Que o digam as autoras deste blogue que, à semelhança de mais uns milhares de enfermeiros recém-licenciados, se encontram, como não poderia deixar de ser, à procura do primeiro emprego!

Falar em desemprego actualmente tornou-se tão banal como ir ao supermercado. Para não falar nas cunhas… A partir de que momento deixaram as cunhas de ser a arma dos mais fracos e se tornaram na arma dos mais fortes?

Longe vão os tempos (os tempos pré-históricos em que na Enfermagem ainda havia quem se dava ao luxo de escolher onde trabalhar) em que as cunhas eram uma forma fácil dos incompetentes entrarem no mercado de trabalho e subirem na carreira. Hoje em dia, em conversas banais, simples conversas de café, são referidas com brilhozinho nos olhos por quem as tem, por serem sinal de orgulho! Qual foi o exacto momento em que se perdeu a vergonha de dizer “Eu entrei com cunha!!!”?

Numa altura em que é tão complicado entrar no mercado de trabalho e em que os cuidados de saúde, nomeadamente os de Enfermagem, necessitam de uma revitalização, uma lufada de ar fresco das mentes jovens e cada vez mais competentes, o que se vê é exactamente um retrocesso.
Os jovens estudantes de Enfermagem, durante a sua Licenciatura, estão mais preocupados em conhecer e relacionar-se com pessoas influentes (que vão tendo oportunidade de conhecer durante os estágios), do que adquirir o máximo de competências possíveis e serem os melhores para entrar num mercado de trabalho competitivo.

Mercado de trabalho competitivo… o que é isso?!? Arranjem-me é uma cunha que eu quero trabalhar!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

domingo, 9 de novembro de 2008

III Simpósio Nacional: Educação para a saúde e protecção face às Toxicodependências


A realizar-se dia 18 de Novembro de 2008, no Hotel Dom Henrique, Porto. Destinado a estudantes e profissionais de saúde, para obter informação quanto ao programa, participação com a realização de posters e inscrição aceder a: http://www.jasfarma.com/noticia.php?id=1675

Sugestão de leitura

Bem, querendo desviar um pouco a onda "informativa" do blog, sugere-se o presente policial (para quem tenha o tempo livre necessário e devido) com o título: Mortalha para uma Enfermeira....


A história inicia-se com a descrição de um agoniante homicídio numa das aulas práticas das estágiárias de Enfermagem, em que a vítima é uma destas. O cenário enquadra-se na Escola de Enfermagem Nightingale House, uma casa com uma história passada de tragédia, um assassíno impiedoso, intrigas, segredos, desejos sexuais reprimidos e claro enfermeirices de corredor...alías esta "história" pôs a presente relatora a reflectir em diversos temas que assombram ainda a visão social da nossa profissão e de como as gerações de enfermeiras têm valores diferentes, cruciais, com grande influência nos dias que correm. Fica aqui um excerto da obra:

"...Se não nos precatamos, a enfermagem acaba por se transformar numa arte residual, no trabalho que fica depois de todos os técnicos terem metido a colherada....Uma pessoa interroga-se sobre qual será a função da enfermeira hoje em dia. Que é que procuramos exactamente ensinar a estas raparigas?

- A obedecer implicitamente às ordens e a serem leais para com os superiores - respondeu a enfermeira Brumfett. - Obediência e lealdade. Desde que se ensine isso às alunas, obter-se-á boas enfermeiras....

A enfermeira Gearing riu-se.

- Estás atrasada vinte anos, Brumfett. Isso estava muito bem para a nossa geração, mas estas miúdas perguntam se as ordens serão razoáveis antes de começarem a obedecer e o que fizeram os seus superiores para lhes merecerem respeito. E, de uma forma geral, ainda bem que assim é. Não me dirás como se pode esperar atraír raparigas inteligentes para a enfermagem, tratando-as como embecis? Temos a obrigação de as encorajar a questionar os procedimentos estabelecidos, e até mesmo a responder à letra, uma vez por outra."

Título original: Shroud for a Nightingale

Autor: P.D.James

ISBN: 972-611-703-8

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Fórum de Enfermagem de Emergência/Urgência


Nos dias 27 e 28 de Novembro, no auditório do ISAVE - Póvoa de Lanhoso, irá realizar-se o Fórum de Enfermagem de Emergência/Urgência.


Destina-se a profissionais e estudantes. O preço de inscrição é de 39€ até ao dia 13 de Novembro e de 45€ após essa data.

Mais informações AQUI.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Vacinação contra HPV

"A vacinação de adolescentes contra o vírus do papiloma humano (HPV), um dos principais responsáveis pelo cancro do colo do útero, começa hoje, enquanto a ministra da Saúde quer aumentar o rastreio da doença.Para assinalar a entrada desta vacina no Plano Nacional de Vacinação, a ministra da Saúde, Ana Jorge, vai assistir ao fim da manhã de hoje à vacinação de uma adolescente no Centro de Saúde de Oeiras.
Todas as jovens que completem 13 anos em 2008 serão vacinadas até ao final deste ano. O objectivo é prevenir as infecções por HPV e diminuir a incidência do cancro do colo do útero, que em Portugal mata mais de 300 mulheres por ano, segundo o Ministério da Saúde.
A integração da vacina contra o HPV no Plano Nacional de Vacinação foi anunciada em Novembro de 2007 pelo primeiro-ministro, José Sócrates, tendo o Governo aprovado a disponibilização de 14 milhões de euros para a sua aquisição.
De acordo com as recomendações da Comissão Técnica de Vacinação e da Direcção-Geral da Saúde, serão primeiramente vacinadas as raparigas nascidas em 1995, sendo as jovens nascidas em 1996 e 1997 vacinadas nos próximos dois anos. Referindo-se ao cancro do colo do útero, a ministra Ana Jorge já garantiu que o Ministério da Saúde "está a criar condições para aumentar o rastreio, para que este seja mais eficaz em todas as regiões do país"."
In Público, 27 de Out de 2008

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Ecos do Simpósio de Reabilitação "Sexualidade na deficiência : Falar sem tabus"


Os trabalhos iniciaram-se no passado dia 17 de Outubro, sem atrasos (o que é de louvar!). Foi com alguma reticência que vi a massa humana presente no auditório não exceder, pelas minhas contas, as 5 dezenas!E tomando a liberdade cito o Dr. João Cotim Oliveira - Provedor Metropolitano do Porto para os Cidadãos com Deficiência - "Nem o sexo fez encher um auditório!". Pois como foi também relatado durante o simpósio, no "antigamente" de há 40 anos era pecado falar-se de sexo, pois nos nossos dias impera igualmente uma certa ignorância neste tema pois estando a informação acessível e quase banalizada não há um interesse em aprofundar as verdadeiras questões da sexualidade.


O conceito de sexualidade, esplanado pela maioria dos palestrantes, é vasto ao ponto de incluir: atitudes, gestos, procedimentos, ser parte integral da personalidade do indivíduo,proporciona interação com estruturas sócio-culturais, não se restringe à genitalização e interfere na saúde física e mental.


A sexualidade é um direito humano básico e universal baseado na liberdade, dignidade e igualdade.


No respeitante às lesões vértebro-medulares (tomado aqui como a principal deficiência em debate), com a afectação dos centros autónomos e dependendo do tipo de lesão haverá consequências ao nível da sexualidade e aqui reside a intervenção dos profissionais de saúde no sentido de desmistificar, esclarecer e ajudar dentro das possibilidades de cada caso e atendendo aos recursos disponíveis. É relatado então a existência da consulta da sexualidade no Hospital da Prelada, quinzenal e multidisciplinar, para os utentes com esta patologia.


Foram ainda apresentados estudos de investigação, realizados por profissionais de saúde, como forma de ampliar os conhecimentos sobre a vivência da sexualidade nestes casos e salientar os pontos onde a intervenção é possível de modo a se superarem algumas dificuldades encontradas aquando do (re)início da actividade sexual.


Os testemunhos reais, foram o culminar de toda a apresentação, mostrando-se ambos com um à-vontade e boa disposição de louvar e apreciar. Em muito engrandeceram o simpósio e retrataram fidedignamente o quadro pintado anteriormente pelos profissionais de saúde que discursaram, sublinhando a diferença na vivência da sexualidade com o seu parceiro actualmente e no ênfase com que o fazem usando o termo afecto com tal sensibilidade de modo a retratar os sentimentos que hoje imperam nas suas relações.


O saldo desta jornada mostra-se positivo não só ao nível de conhecimentos científicos, técnicos e tecnológicos como também a nível humano e espiritual.


Ficou no ar a promessa de se voltar ao mesmo tema, espera-se então uma maior adesão!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Simposium de Enfermagem "Qualidade e risco na Saúde"


Irá realizar-se nos dias 20 e 21 de novembro no Auditório Municipal da Póvoa do Varzim e para mais informações podem ver AQUI.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

IX Congresso Virtual HIV/AIDES

No dia 31 de Outubro irá realizar-se aquilo que é a IX edição do Congresso Virtual HIV/AIDES.
Este evento é realizado online, sendo que a participação é gratuita. Basta fazer o registo AQUI.
O tema deste ano é "A infecção VIH e o Direito" e os interessados poderão enviar o resumo do seu trabalho até 31 de Outubro. Apenas os melhores serão escolhidos e publicados online. Alguns desses serão, ainda, publicados em livro.
Mais informações Aids Congress.

Vacine-se contra a gripe na sua farmácia...

“Comprar a vacina e, de seguida, poder contar com a sua administração na farmácia representa mais conforto e conveniência para si. Também é uma garantia de que a temperatura ideal de conservação da vacina se mantém estável, desde o momento da sua compra até à administração.”

Esta frase foi retirada de um folheto distribuído pelas Farmácias Portuguesas sobre a vacina da gripe.
Diz respeito a um dos assuntos que mais se tem discutido: a quem cabe a administração destas vacinas nestes estabelecimentos?

A OE já emitiu a sua posição relativamente a este assunto. Podem ver AQUI

No entanto, existem ainda Enfermeiros que, contra esta posição, participam em supostas formações a farmacêuticos por esse país fora e a troco de alguns tostões!!! Coadjuvando, assim, a desapropriação de competências da nossa classe profissional!

Qualquer dia não seremos precisos, porque existem aí peritos a quem aos poucos se vão delegando funções… E, assim sendo, como poderemos exigir o reconhecimento da nossa licenciatura e todos os benefícios que poderiam daí advir, se somos nós que permitimos que pessoas com apenas algumas horas de formação façam o nosso trabalho???